Cirrose Biliar: o que é, sintomas e formas de tratamento

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Doença autoimune, a Cirrose Biliar Primária (CBP) constitui inflamação do fígado e destruição de ductos biliares intra-hepáticos e colestase. Predominante no sexo feminino, a condição afeta principalmente mulheres entre 35 e 70 anos. Se não controlada, a doença pode evoluir para cirrose.

Há alguns sintomas característicos da CBP, sendo os principais a fadiga e o prurido (coceira) sem reação alérgica visível ou explicação aparente. 

Por se tratar de uma doença autoimune, ela pode estar associada à tireoides, esclerose sistêmica, artrite reumatoide, síndrome CREST, síndrome de Sjögren e (ou) à acidose tubular renal.

Cirrose Biliar

Entenda mais!

Como ocorre a CBP

Por se tratar de uma doença autoimune, na Cirrose Biliar Primária é verificada a morte dos canais biliares. Essa destruição pode se dar pelas células de defesa da classe linfócitos, ou por mecanismos que implicam em apoptose (ou “suicídio celular”)

A condição é progressiva e o acúmulo de bile gera uma cadeia de danos aos canais biliares e hepatócitos, o que culmina em cirrose.

Principais causas da Cirrose Biliar Primária

A patologia é alvo constante de estudos mas não há um consenso na comunidade científica sobre as causas da CBP. O que se sabe é que a Cirrose Biliar Primária ocorre devido à falhas no sistema imunológico.

Há uma forte hipótese genética que aponta maior risco da doença entre familiares consanguíneas de primeiro grau, como mãe e filha, irmãs e irmãs gêmeas, sobretudo univitelinas (idênticas).

Há também apontamentos de que o contato com agentes tóxicos, bactérias e vírus funcionariam como gatilhos para o desenvolvimento da CBP, mas estes também não foram comprovados.

Apesar de não conclusivos, esses fatores ajudam a guiar diagnósticos que podem levar à doença.

Sintomas característicos e diagnóstico

Como mencionado no início do artigo, à CBP é frequentemente associada:

  • Fadiga, sem intensidade relativa à evolução da doença.
  • Prurido (ou coceiras).
  • Gordura sob a pele (ou xantoma), também sem relação com a intensidade da doença.
  • Amarelão (ou icterícia), geralmente aparece em estágio avançado da enfermidade, mas nem sempre se manifesta.

A Cirrose Biliar Primária pode ser diagnosticada de diversas formas. Por exemplo, é muito comum que em exames de rotina médicos identifiquem em pacientes alterações nos níveis de colesterol total e fosfatase alcalina.

Pessoas que já tenham conhecimento de doenças relacionadas e imunológicas também são submetidas à investigações mais detalhadas que podem indicar a CBP.

Da mesma forma, pacientes portadores de cirrose podem sofrer investigação da CBP, mas neste estágio nem sempre é possível identificar.

Prevenção e tratamento da CBP

De forma geral e como na maioria das doenças, sobretudo quando falamos em portadores de condições autoimunes, a prevenção é a chave principal.

Por isso, é importante que esses pacientes observem rigorosamente cuidados com a saúde dos ossos e com elementos hormonais – sobretudo mulheres que fazem tratamento hormonal. Da mesma forma, o check-list de exames anual e evitar o hábito de consumo de álcool se mostram fatores importantes na prevenção.

O tratamento para a CBP é medicamentoso. Frequentemente o uso de  ácido ursodesoxicólico – UDCA (ursacol ®), em doses terapêuticas, é associado à melhorias no quadro da Cirrose Biliar, principalmente na fase pré-cirrótica.

Em casos terminais, o transplante hepático é a opção mais bem avaliada. A sobrevida nesses casos é considerada satisfatória.

Ainda não há respostas 100% definitivas sobre a Cirrose Biliar Primária em relação à sua causa. Por outro lado, entender os fatores mais evidentes da doença, ajuda a clarear diagnósticos e a prevenir a doença  – o que é sempre preferível.

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