Existe relação entre insônia e obesidade?

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Dormir mal ou sofrer de privação do sono pode afetar o bem-estar a ponto de levar ao aumento de peso? Sim, existe uma relação direta entre insônia e obesidade e neste artigo vamos desmistificá-la.

Na sociedade em que vivemos dormir o suficiente se tornou item de luxo. As extensas jornadas de trabalho, tempo perdido nos trânsitos cada vez mais caóticos e o acúmulo de tarefas – sobretudo para as mulheres – coloca a qualidade do sono em xeque.

60% dos brasileiros afirma dormir até 6 horas menos do que consideram ideal e 80% da população nem mesmo repousa as indicadas 8 horas por noite, segundo dados de pesquisa liderada pela Associação Brasileira de Neurologia (ABN) e outros órgãos. Nesse mesmo sentido, estudos epidemiológicos apontam a consequência: o curto tempo de sono aumenta o índice da massa corporal (IMC).

Insônia e obesidade estão diretamente relacionadas e o excesso de peso implica em diversas condições que colocam em risco a saúde das pessoas. Entenda melhor.

Obesidade: um problema crescente

Hipertensão arterial, câncer e doenças cérebro e cardiovasculares são apenas alguns dos males que a obesidade pode causar. Trata-se de uma doença crônica e um problema de saúde pública, afinal mais de 20 milhões de brasileiros estão obesos.

Esta é uma condição que afeta mais de 16% das mulheres e mais de 12% dos homens. Além disso, 50% do restante da população não-obesa está acima do peso – poucos passos mais próxima de complicações graves.

Principais causas da obesidade

São diversos os motivos que levam ao excesso de peso e até mesmo obesidade mórbida. Questões genéticas contemplam a extensa lista mas as causas transcendem o genoma humano.

Hoje, o principal motivo da obesidade é o mau hábito alimentar. As pessoas comem mais e pior e este é outro problema com raízes em fatores como a depressão, ansiedade, oferta e procura (as prateleiras dos supermercados estão recheadas de multiprocessados) e tantos outros motivos.

Além disso, o corpo humano perdeu seu propósito.O que vemos hoje são músculos acomodados às cadeiras de escritório e subaproveitados. A falta de exercícios físicos impede que o organismo trabalhe melhor, queime gordura, libere hormônios relacionados ao prazer e à saciedade e tantos outros benefícios de uma simples caminhada regular.

A relação entre insônia e a obesidade

Vamos contar o caso de Joana, uma personagem fictícia que representa milhões de brasileiros.

Joana tem jornada tripla: acorda muito cedo, enfrenta um trânsito de mais de uma hora para chegar ao trabalho e geralmente faz hora extra. Na volta para casa, ela enfrenta mais trânsito. Ao chegar, cuida dos filhos, da casa, faz a janta e ainda tira tempo para estudar ou cuidar de outras pessoas. Joana é a primeira a se levantar e a última a se deitar.

Com todas essas tarefas, ela dorme pouco, não consegue se exercitar e tão pouco frequentar as feiras do seu bairro. Assim como ela, milhões de homens e mulheres de diversas idades e classes sociais estão tão sobrecarregados com suas rotinas e, por isso, dormem cada vez pior.

Muitos estudos apontam a direta relação entre insônia e obesidade, tanto por falta de tempo quanto pela própria má qualidade do sono. Com a falta de sono, o metabolismo é alterado e a sensação de fome aumenta, levando às refeições fora de hora, geralmente calóricas.

Nas palavras da diretora do Departamento de Obesidade da SBEM, Doutora Maria Edna de Melo “Em complemento, o indivíduo que dorme pouco tem mais fadiga, menos disposição e acaba praticando menos atividade física”. Este é o famoso efeito “bola de neve” em que uma situação leva a outra que a potencializa.

O primeiro passo para reverter o quadro da insônia e obesidade é, obviamente a regulação do sono. Contudo, em muitos casos, as pessoas têm grande dificuldade na perda de peso. A cirurgia bariátrica, por sua vez, vem se mostrando uma alternativa de tratamento altamente viável.

Cirurgia bariátrica: o início da luta contra a obesidade

A cirurgia bariátrica é um procedimento muito usado em clínicas e hospitais. A redução do estômago é um dos primeiros passos para o tratamento da obesidade pois ajuda a reduzir a saciedade e a reeducar o organismo. 

Por outro lado, mudar o estilo de vida, optando por uma alimentação mais natural e balanceada, além dá prática regular de atividades físicas, é indispensável para o sucesso do tratamento.

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